Os pais também precisam de colo

A chegada do bebê vem acompanhada de um caminhão de mudanças, desde a descoberta da gravidez e, recentemente, foi publicado em uma revista científica, que essas mudanças não só “psicológicas”, mas são físicas também – o cérebro das mulheres grávidas passa por alterações que podem permanecer por até 2 anos depois de dar à luz.

O que acontece é que, por instinto de sobrevivência, o cérebro da mulher sofre alterações em áreas relacionadas aos processos sociais, como a capacidade humana de se colocar no lugar dos outros, de antecipar suas intenções, de ler a mente dos outros, isto é, de sentir empatia. Isso ajuda a nova mãe a interpretar os estados mentais do filho ou antecipar potenciais ameaças do meio ambiente. O homem, por outro lado, não apresenta nenhuma mudança no cérebro nesse sentido.

Esse “descompasso” durante um período de importante adaptação pode ser motivo de frustração para a mulher e incompreensão para o homem. A prioridade da mulher já muda na descoberta da gravidez, enquanto o homem precisa perceber que virou pai, e isso acontece normalmente só depois do parto.

O importante é o casal estar ciente dessas mudanças, que são da natureza humana, e estar preparado. Uma rede de apoio (família, amigos, profissionais de confiança) podem dar “colo” à família nesse período, através de trocas de experiência, generosidade e compreensão.

Colo é aconchego, sensação de calor, proteção e sustentação para o bebê viver. Mas não é só o bebê que precisa de colo – a mãe e o pai também precisam e a sensação de estar seguro e amparado é sem igual.

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Carol

Enfermeira neonatologista

COREN-SP 205.257


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