NÃO QUERO LEVAR MEU BEBÊ PARA A ESCOLA!

Ah, a decisão de matricular o bebê ou criança pequena na escola…

Para muitas mães, seria o melhor dos mundos se fosse possível nunca ter que levar os bebês ou crianças pequenas para o berçário ou escola.

Como lidar com este período tão aterrorizante? Quais estratégias são possíveis de serem utilizadas para que este momento seja o melhor possível e não traga para a vida da família um trauma?

Hoje cresce o número de mães e pais que decidiram ficar integralmente com os filhos após a licença-maternidade ou paternidade. Mas se você é uma das mães ou pais que continuará no mercado de trabalho ou iniciará uma nova carreira e optou por matricular seu filho em uma escola de educação infantil não se sinta a desnaturada(o) que deixará seu filho “abandonado”, a “mercê” de outras pessoas.

É normal sentir a angústia de separar-se do bebê após meses de conexão, de dedicação, muitas vezes, exclusiva.

É muito interessante em primeiro lugar que você possa entrar em contato com seus próprios sentimentos e procurar identificar o que a deixa tão mal ao pensar em levar seu filho para outro lugar (escola) enquanto você faz outra atividade.

O convite é que você pare e reflita um pouco sobre suas vivências, seus sentimentos anteriores e presentes em relação a como se sentiu e sente quando o assunto é cuidado x abandono.

Percebemos que, quando a separação é algo difícil para a mãe e pai, seja no passado ou presente, poderá ser também para a criança.

Outro sentimento MUITO comum é a CULPA, certo?

Aqui fica outro convite para você: Ou você se culpa por levar seu filho para a escola e por não poder ficar o tempo todo com ele OU aproveita ao máximo o tempo que terá com ele, aquele tempo de qualidade, sem celular, sem interrupções!!!

Os comportamentos dos pais são os principais modelos de conduta para o bebê, para a criança. Há no cérebro neurônios chamados neurônios-espelho que já nascem com o bebê e que são responsáveis pelo espelhamento de alguns comportamentos, como por exemplo, quando o adulto mostra a língua, o bebê também mostra ou quando alguém boceja, cruza a perna leva o outro a repetir a ação.

Os neurônios-espelho fazem também o contágio emocional entre as pessoas. Daí a explicação neurológica do porquê quando estamos de bom-humor, felizes, nossos filhos também ficam. E…nos dias mais desafiadores em que ficamos mais irritados e cansados, nossos filhos “testam” nossa paciência com mais desafios de comportamento, birras, oposições, “bagunça” e o dia parece não acabar.

Assim, mãe e pai, há meios de olhar para si e preventivamente agir para que a adaptação escola do seu filho e da família à nova rotina escolar seja mais tranquila e porque não, prazerosa.

Quando os pais demonstram confiança em sua decisão pela escola, a criança tenderá a sentir-se assim também. Confiar no seu coração e instinto é fundamental!

Você pode conversar, trocar ideias com familiares, amigos, grupos de apoio para saber como foi este momento para eles. Isso faz muito bem porque você percebe que o medo, insegurança ocorre com muitas outras famílias e pode se apropriar de algumas soluções encontradas por eles para colocar em prática também.

Alguns cuidados são necessários ao avaliar a instituição escolar que você escolherá para seu filho pequeno, porém saiba que antes dos 3 anos a maior necessidade que a criança tem é a de afeto. Assim, procure um berçário/escola que você perceba que, além de beijos e abraços, o educador entenda o choro, compreenda a dor e ofereça conforto. O bebê precisa ser cuidado e percebido em sua singularidade, por isso, pesquise escolas que tem um atendimento personalizado e em que as crianças possuam relação próxima ao cuidador. Isso se dá por conta da necessidade de vínculo que o bebê apresenta para o desenvolvimento psicoemocional saudável.

A escola precisa, claro, estar sob as normas estabelecidas pela legislação, mas antes de tudo quando você sentir-se tocado em seu coração nas conversas, visitas à escola, saiba que pode ser a melhor escolha. Muitas vezes não será na escola mais linda, mais estruturada, que promova o ensino de vários idiomas.

Leve seu filho para conhecer a instituição! Faz toda a diferença! Ele já demonstrará para você se curtiu o ambiente, as pessoas ou não! Cada família possui um estilo de vida, por isso pode ser diferente a experiência de cada casal e cada criança.

Você só terá a certeza de que fez a escolha mais feliz quando já estiverem frequentando a instituição. Reações de alegria ao chegar na escola, ao contar os acontecimentos são evidências de que tudo corre bem e o contrário também pode ser verdadeiro, perceba, pode ser. Quando a criança não quer ir para a escola muitos outros fatores precisam ser checados, inclusive a SUA resistência à escola.

Uma DICA BACANA: mesmo que seu bebê fique o dia todo na escola e já venha tomado banho, dê você banho nele! Este é um momento muito importante da relação mãe-bebê, pai-bebê, porque favorece o toque, a troca de olhares e com a presença daquela água gostosa promete ainda mais momentos, como você já sabe, de intimidade e amor.

Foque no que você tem em sua vida, nas possibilidades que são realmente possíveis no presente e aproveite cada minutinho com seu pequeno!

Com carinho!

Aline Teixeira

Psicóloga e Coach familiar


Observações

  1. Existe algum site ou local que possamos ver a reputacao da escola? Saber se ela realmente é tudo aquilo que diz. Ou até mais, saber a opinião de outras mães. Deixarei meu filho com 5 meses em berçário e ainda estou super indecisa em qual deixar.

    • Oi Sâmia!
      Obrigada pelo seu comentário!
      Não existe nenhuma fonte oficial onde estejam concentradas essas informações, mas as redes sociais hoje são muito poderosas e você pode visitar as páginas dos berçários e ver a opinião das outras mamães.
      Um abraço e boa sorte 😉

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