Ganho de peso & Amamentação

Muitas mães que chegam à consultoria de amamentação estão buscando uma resposta para o baixo ganho de peso do bebê. Referem que o bebê mama bastante tempo e aparentemente mama bem, mas que mesmo assim não chegam na média de ganho de peso que o pediatra diz pra elas que devem chegar.

Alguns desses pediatras acabam assustando as mães e gerando ansiedade, porque acabam colocando todos os bebês no mesmo “saco” e, sem olhar para esse bebê como um todo, acabam tratando um bebê como um ponto no gráfico. Um ponto que deveria estar um pouquinho mais pra cá ou um pouquinho mais pra lá no gráfico de ganho de peso.

Ainda há pediatras e consultoras de amamentação que orientam mamadas regradas, com duração e intervalos rígidos, atrapalhando na adaptação do bebê ao mundo extra-útero e não respeitando as suas necessidades individuais.

 

Se você está passando por isso, ou conhece alguém que esteja passando, veja 5 pontos importantes para ter em mente:

– O gráfico para acompanhamento do ganho de peso traduz o ganho de peso de uma média da população estudada para confeccionar este gráfico e isso não significa que seu bebê precisa estar em um ponto ou outro do gráfico.

– Somos todos diferentes e isso vale pros bebês também: não necessariamente todos vão ganhar peso no mesmo ritmo e mesma quantidade.

– Além do ganho de peso, devem ser avaliados também estatura e perímetro cefálico, portanto seu bebê não pode ser só visto com um ponto no gráfico, mas sim deve ser avaliado com um todo, incluindo seu bem-estar e seu desenvolvimento.

– Os estudos mais atuais dizem que a média de ganho de peso pode ser de até 20 gramas/dia, mínimo; então isso significa que se seu bebê, em média, está ganhando mais ou próximo disso e seu pediatra quer dar fórmula pra ele, troque de pediatra.

– A liberação do “leite gordo” está vinculada com a ejeção do hormônio ocitocina – e para liberação da ocitocina, muitas vezes não é necessário estímulo de sucção: está associada ao estado psicofisiológico da mãe com relação à amamentação. Portanto, a mãe pode amamentar por 1 hora e, se estiver tensa, insegura ou estressada, o “leite gordo” não vai aparecer.

 

Ao avaliar um bebê o profissional não pode esquecer que o sucesso de aleitamento materno está intimamente ligado à autoconfiança e segurança da mãe. Colocar tantas dúvidas e barreiras sobre seu processo de amamentação certamente vai faze-la questionar se está sendo “suficiente” pro seu bebê.

Retirar a confiança e segurança da mãe vai fazer as taxas de ocitocina despencarem e o aleitamento materno sair dos trilhos. Muitos profissionais da saúde optam por indicar medicações e recursos para aumentar a produção de leite materno – mas sabemos que as mães não precisam ser medicadas para conseguirem amamentar. Elas precisam ser ouvidas e acolhidas.

 

Se o bebê estiver trocando de 6-8 fraldas de xixi por dia (em 24 horas), abocanhando bem mamilo e aréola durante as mamadas e fica bem juntinho do seu corpo, barriga como barriga, mamando sem causar dor, está tudo bem.

Confie em você. Confie no seu bebê.

Na dúvida, procure ajuda profissional – informação te empodera.

 

Carol – enfermeira neonatal COREN-SP 205257

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