“Imprinting”, o amor à primeira vista

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Você acredita em amor à primeira vista? Eu acredito.

Em um dos muitos workshops em domicílio para gestantes que eu faço, estava sentada na sala de estar com a família toda – casal “grávido”, avós paternos e avós maternos. Os avós um pouco desconectados, como de costume – ficam esperando mais a parte de cuidados práticos, pra ver o que mudou desde que eles criaram os filhos deles pros dias de hoje. Mas o engraçado foi na hora que eu falei sobre a recepção do bebê na sala de parto – a HORA DOURADA, a primeira hora de vida. Os olhos de um dos avôs brilharam, ele me interrompeu e se apaixonou por tudo aquilo que eu estava falando. Eu estava falando de IMPRINTING.

O vínculo entre mãe e bebê começa a se formar desde o primeiro minuto de nascimento. E isso acontece com todos os mamíferos, sabia? Logo que o bebê nasce, percebemos uma preferência pelo rosto da mãe – essa é aquela hora sem igual, onde o bebê fixa os olhos nos olhos da mãe assim que nasce, e é impossível não se apaixonar.

Esse é um fenômeno reconhecido pela neurociência que se chama IMPRINTING. Foi percebido primeiramente em outros animais por um cientista austríaco e depois observado de forma ainda mais linda nos “filhotes” de seres humanos.

No momento que o bebê chega ao mundo, onde ele não conhece ninguém, nenhuma sensação, ele olha pra aquele rosto e se conecta aos laços que foram construídos enquanto ele ainda estava na barriga… É um momento crítico, que reflete diretamente no desenvolvimento do apego à mãe. Afinal, a relação entre mãe e bebê não se resume apenas em alimentação – bebês precisam de carinho e segurança. O amor também alimenta!

A primeira hora de vida, que chamamos também de HORA DOURADA, ou GOLDEN HOUR, é o momento em que o bebê está mais alerta e conectado com sua mãe, então é a melhor hora pra aprender a se alimentar, mamando no peito, e também a melhor hora para receber calor e carinho através do contato pele a pele. Nos primeiros anos de vida é quando a criança desenvolve sua personalidade e seu comportamento, por isso que o toque, o calor do corpo, o cheiro e o olhar da mãe são primordiais.

Esse contato faz bem para mãe e bebê! O cheiro do bebê faz a mãe liberar OCITOCINA, que é o hormônio do amor – a ocitocina faz a mãe sentir prazer e passa todo esse amor ao bebê. Além das repercussões fisiológicas, claro, como contração do útero após o parto, diminuição da incidência de hemorragia pós-parto e início da produção de colostro.

O IMPRINTING é o olhar fixo do bebê nos olhos da sua mãe. A relação entre mãe e filho é inexplicável (e apaixonante) e mesmo que a ciência explique, acho que só coração de mãe consegue entender…

 

Carol

Enfermeira neonatologista

COREN-SP 205.257

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